sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As vantagens dos produtos orgânicos


Um estudo recente indicou que os alimentos cultivados de acordo com o sistema orgânico tendem a apresentar níveis superiores de fitoquímicos. E o que isso significa? Bem, esses compostos bioativos têm ação antioxidante, ou seja, são capazes de combater radicais livres e, consequentemente, evitar males que vão desde câncer até doenças cardiovasculares. Estamos falando do licopeno do tomate, da isoflavona da soja, do sulforafane das couves... 

Isso é bastante plausível porque o vegetal sem agrotóxicos precisa acionar seu mecanismo natural de defesa o tempo inteiro para se proteger de seus inimigos. Esse processo, por sua vez, estimula a fabricação dos aclamados fitoquímicos. Outro destaque fica por conta da comparação entre os níveis de agrotóxicos encontrados nos alimentos orgânicos e nos convencionais. No geral, os primeiros se mostraram menos propensos à contaminação por pesticidas. 

"De fato, essa é a principal diferença entre as duas opções. Os orgânicos são muito mais seguros", afirma a nutricionista Semíramis Domene, professora da Universidade Federal de São Paulo. "Os pesticidas são desenvolvidos para atacar organismos vivos em geral. Portanto, não afetam apenas as pragas", esclarece. A triste realidade é que também estamos sob sua mira. 

O perigo cresce quando a exposição a essas substâncias acontece dia após dia. Situação que, convenhamos, não é improvável de acontecer - basta pensar nas frutas do café da manhã, nas folhas do almoço, nos legumes da sopa servida no jantar e por aí vai. "O contato frequente com os agrotóxicos aumenta o risco de uma série de problemas", aponta Luiz Cláudio Meirelles, gerente-geral de toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. "Entre eles estão o câncer, alterações embrionárias e distúrbios hormonais", lista. 

Se os consumidores já ficam suscetíveis à ação desses malfeitores, imagine só os indivíduos que os manipulam nas plantações. Pois um trabalho conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e da Univates, em Lajeado, identificou vários transtornos associados ao convívio, digamos, íntimo com agrotóxicos. "Muitos dos trabalhadores apresentavam doenças neurológicas, entre outras coisas", informa José Antônio Azevedo Spindola, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Agrobiologia, no Rio de Janeiro. "Por isso é tão crucial usar equipamentos de proteção, algo que nem sempre acontece", lastima. 

Os agrotóxicos, diga-se, não são os únicos vilões das produções convencionais. Em alimentos como carnes, ovos e leite, a enrascada reside no fato de os animais serem tratados com fármacos veterinários, como antibióticos. Aí, a probabilidade de nos tornarmos resistentes a esses medicamentos sobe. "Se tivermos uma infecção bacteriana, o antibiótico que tomamos pode não surtir efeito", reforça Elaine de Azevedo, da UFGD. Nas versões orgânicas, como mostrou a análise da Universidade Stanford, há poucos resíduos desses remédios, porque os bichos são tratados com fitoterapia e homeopatia.  

O que é um alimento orgânico? "É aquele produzido sem o uso de agrotóxicos, adubos químicos sintéticos, sementes transgênicas e drogas veterinárias", define a nutricionista Elaine de Azevedo, da UFGD. Já os itens processados não recebem aditivos químicos nem irradiação. 










Nenhum comentário: